O comércio internacional, ou comércio cross-border, desempenha um papel crucial no mercado brasileiro de e-commerce.
Em 2022, mais de 108 milhões de brasileiros realizaram compras online, e surpreendentemente, 72% deles optaram por varejistas internacionais, de acordo com o relatório Webshoppers. Porém, com as recentes mudanças nas regras que regulamentam o setor de importação, o cenário do e-commerce brasileiro está prestes a passar por transformações significativas. Uma das mudanças mais notáveis é a isenção de impostos de exportação para produtos com valor de até 50 dólares.
Isso significa que produtos dentro dessa faixa de preço não estarão sujeitos a impostos alfandegários, tornando as compras internacionais ainda mais atraentes para os consumidores brasileiros. Mesmo com a aplicação de um imposto estadual, o ICMS, a compra de produtos no exterior ainda se mantém vantajosa para pessoas físicas. Isso promete manter o mercado de compras internacionais aquecido e, por consequência, atrair a atenção de gigantes do e-commerce, como Shein, Aliexpress e Shopee.
Essa expansão do mercado e a nova regulamentação estão inaugurando um novo capítulo no varejo online, abrindo espaço para novos investimentos e estratégias de negócios. Uma abordagem eficaz é a criação de marketplaces que acomodam sellers internacionais, oferecendo uma ampla variedade de produtos aos consumidores brasileiros, alinhada com as expectativas do mercado.
A demanda por soluções desse tipo está em ascensão, e empresas de tecnologia, como a Infracommerce, já estão oferecendo serviços de integração com sellers internacionais na modalidade cross-border, como o Marketplace In. Para as marcas e indústrias nacionais, uma estratégia atraente é investir nas vendas diretas ao consumidor (D2C).
Essa abordagem não apenas assegura margens mais saudáveis, mas também permite um cuidado mais próximo com a experiência do cliente, ampliando a relação com consumidores fiéis. Além disso, a venda direta ao consumidor reforça o compromisso com a cadeia produtiva, a experiência de consumo, a garantia e a qualidade do produto. Não é por acaso que os investimentos em vendas diretas ao consumidor (D2C) são uma tendência global.
Grandes mercados, como os EUA, Europa e Ásia, já têm esse segmento consolidado. O Brasil está prestes a seguir o mesmo caminho nos próximos anos, atraindo os maiores investimentos do setor em seu continente.
Em resumo, as mudanças na lei de importação estão redefinindo o panorama do e-commerce brasileiro. Com isenções fiscais para compras de menor valor e a crescente popularidade das vendas diretas ao consumidor, o mercado está se adaptando rapidamente para atender às expectativas dos consumidores e às oportunidades de crescimento.
Este é um momento emocionante para o e-commerce brasileiro, e aqueles que se adaptarem bem a essas mudanças colherão os benefícios desse novo cenário.